Ee blog terá, pelo menos duas vezes por semana, as minhas opiniões e comentários sobre desporto – sobretudo automobilismo – e sobre a vida nacional (portuguesa e brasileira) e internacional, com a experiência de 52 anos de jornalismo, 36 anos de promotor e 10 de piloto. Além de textos de convidados, e comentários de leitores.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

MICHAEL SHUMACHER – ESPERANÇA NO ANIVERSÁRIO.
A GRAVIDADE DO ACIDENTE NEUROLÓGICO REQUER PACIÊNCIA.
O mundo automóvel está hoje – mais do que nunca – focado a concentrar as melhores energias possíveis ou orações para que o aniversariante de hoje – Michael Schumacher – se recupere bem. Vejam que eu não escrevi rápido pois sei, de experiência própria, com o meu grave acidente a 13 de maior de 1973, no Estádio das Antas, que um traumatismo craniano necessita de tempo, de muito tempo, para estabilizar e para permitir aos médicos descobrirem quais as sequelas que terá havido.
Claro que os dois acidentes foram de gravidade muito diferente. Enquanto eu fiquei politraumatizado (parti tudo o que havia a partir exceto o braço esquerdo), além de ter sofrido um inchaço da massa cerebral devido ao choque com o crânio no fortíssimo embate que envolveu forças G que nem quero pensar, não tive, ao contrário de Schumacher, lesões graves cranianas. Tanto que o meu capacete apenas teve uns arranhões, e era um capacete de há 41 anos…
Mesmo assim – e isto para acalmar as hostes de milhões de fãs do alemão – fiquei em coma mais de duas semanas. Por isso, embora o caso do piloto alemão seja muito mais grave, inclusive provocando sequelas neurológicas – como também se chegou a pensar no meu caso – há que ter esperança e calma, se é que é possível ter para os mais chegados ao hepta-campeão.
Eu, no Hospital São João, no Porto, pelo jovem e muito competente, mas já falecido, neurocirurgião José Manuel Sousa Pereira, que me trepanou (abriu três furos no crânio para aliviar a pressão cerebral que causou o coma), e Schumi, depois de ter tido duas operações semelhantes, a segunda, inclusive, para aliviar um hematoma, está em exequentes mãos, supervisionadas pelo muito experiente Professor Gerald Saillant, o mesmo cirurgião que tratou Shekhar Mehta, como viúva deste, Yvonne, recorda no Facebook.
Portanto, caros amigos, usando apenas a minha (má, péssima) experiência de há mais de 40 anos, teremos de esperar mais uma ou duas semanas para que os neurocirurgiões saibam, em Grenoble, como o ex-campeão do mundo vai ficar.  
Juntemos toda a nossa energia mental e a nossa fé para dar força a Schumacher para, primeiro, sair do coma, e, depois, para conseguir superar qualquer sequela mais grave que possa vir a ter.

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