Ee blog terá, pelo menos duas vezes por semana, as minhas opiniões e comentários sobre desporto – sobretudo automobilismo – e sobre a vida nacional (portuguesa e brasileira) e internacional, com a experiência de 52 anos de jornalismo, 36 anos de promotor e 10 de piloto. Além de textos de convidados, e comentários de leitores.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

IMI – “ASSALTO Á MÃO ARMADA”, e NATAL DAS AUTARQUIAS
Acabo de chegar da Repartição de Finanças do meu município onde paguei o IMI dos imóveis. Acho muito, mesmo muito bem que quem pode deve ajudar neste enorme sacrifício de toda a população, para aliviar o sofrimento económico dos menos privilegiados.
Mas, há limites para tudo!
Mesmo para os privilegiados, como eu e tantos outros. Sim, porque não tenho, não é de minha índole e criação, fingir-me de coitadinho. Isso, são infelizmente muitas centenas de milhar de portugueses que, mesmo com emprego, estão sofrendo e muito com este arroxo económico-financeiro a que estamos sujeitos por loucuras de governos passados. Sem falar, claro, aos que mais sofrem – a classe média envergonhada – que de repente, se vê – executivos, ela e ele, com filhos – na amargura que jamais tinham sentido na pele, pensando que isso era coisa de pobre.
Não, não me estou a queixar. Seria injusto perante os meus compatriotas.
Estou a denunciar o escândalo das avaliações imobiliárias da AT que coloca os imóveis cerca de 20 a 40% acima do seu valor real.
Estamos a viver há já algum tempo uma desvalorização de 6% ao mês na maioria dos imóveis, segundo uma das maiores imobiliárias multinacionais que opera em Portugal.
E, note-se, não estou sequer a pensar em valor comercial atual, numa altura em que o mercado está nume bitola de preços de venda muito abaixo do seu valor pré-crise.
Claro que há muita gente a deixar de poder pagar o IMI.
No fundo, isto é a mesma história de, por exemplo, o IVA da restauração. O seu valor atual – e vamos a ver se não sobe ainda mais, dependendo do resultado do Tribunal Constitucional sobre outras medidas do governo, como este já anunciou em relação a impostos de uma forma geral – tem gerado menos negócio, que resulta em cada vez mais falências, sobretudo nos pequenos negócios, nas PME. Que, por sua vez, provoca despedimentos e consequentemente menos contribuições dos trabalhadores para o bolo do Estado e, por outro lado, maiores encargos deste em subsídios de desemprego.
Não é preciso sequer ser economista para entender isto!...


Não estamos exatamente em Londres...
 
Luzes de Natal para quê? Para enfeitar o desespero?
Quando regressava a casa depois de pagar o IMI deparei-me com pessoal de uma empresa contratada pela autarquia a instalar lindos enfeites luminosos de Natal em várias rotundas do município.
Que beleza. Que desperdício de dinheiro público quando há tanta gente a passar fome, sim, repito, a passar fome no nosso país.
Não seria melhor usar esse dinheiro para o entregar às Misericórdias, à Caritas, ao Banco Alimentar ou outras instituições sociais de apoio à muita população tão carenciada?
O seu Natal poderia ficar menos enfeitado, mas certamente ficava menos esfomeado, e mais alegre, ou diria mesmo, menos infeliz! Haja bom senso.
Se esse investimento (não interessa o valor, se foi de centenas ou certamente de milhares de euros) certamente não terá, por exemplo, grande retorno em termos de visitas de estrangeiros. Ou seja, em termos de marketing – não tem qualquer ROI – Return on Investment. Antes pelo contrário – esse ROI vai ser socialmente negativo.

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